Facilmente, TDK (epa eu tenho que dizer isto já aqui para ver se me passa, TDK não é uma marca de suporte áudio?) tinha o mau: uma sequela, uma história que já vem sendo feita e refeita ao longo das últimas décadas, personagens re-interpretadas, um primeiro filme que não brilhou tanto quanto era suposto, bem, um punhado de contras. Por outro lado, Chrisopher Nolan, o senhor que nos trouxe a magnificência de The Prestige, voltava para trás das câmaras. Bale estaria de volta, conseguindo atribuir novamente ao homem morcego a taciturnidade e o estilo que Micheal Keaton lhe tinha conferido nas primeiras tentativas modernas do Batman no ecrã cinzento. O ar escuro e lúgubre do primeiro filme manteve-se, as cores sépia foram substituídas por um azul.
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Se Batman era a personagem principal em Batman Begins, em TDK a coisa muda de figura. The Joker… Oh como Heath Ledger esteve bem… O mau da fita esteve muito, mas mesmo muito bem. Ofuscando por completo a interpretação de Bale, que diga-se já, foi uma interpretação bastante concisa. Eu, e muitas outras pessoas, não fui ao cinema ver o Batman, fui ver o Joker. A frase “Why so serious” ficará gravada na história cinematográfica, ao mesmo nível que respiração de Darth Vader ou a sua “I am your father”, ou o “Hello Clarice” de Hannibal.
Ledger fechou a sua carreira com a sua melhor interpretação, nem Lords of Dogtown, ou Brokeback Mountain, chegam à magnitude do Joker. Um mês em isolamento num quarto de hotel, para preparação desta personagem resultaram sem dúvida na interpretação da sua vida, como também, há quem aponte, no fim da sua existência.
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The Joker é uma personagem caótica, inconstante, fortíssima, poderosa, assombrosa, assustadora, demente! Como acabar com um vilão que não tem interesses nenhuns? Que não tem qualquer tipo de objectivo, ou prémio, para além do caos? Como pará-lo e aos seus ajudantes saídos de alas psiquiátricas? Não se param nem se controlam…
Assim constatou o Batman, assim constatou Harvey Dent (interpretado por Aaron Eckhart), o Procurador bem feitor que luta contra a criminalidade, até que se vê traído e enrolado no seu próprio jogo. Batman assume-se como o anti-herói numa Gotham City desacreditada, Harvey Dent o candidato à melhoria. Tudo que o Joker tem que fazer é continuar a espalhar a descrença com o caos, levar aqueles que ainda acreditam a desacreditarem, virar o único que espelha a bonança, testar e denegrir Harvey Dent, já que Batman está pronto para pôr de lado o fato (agora numa versão melhorada e mais ágil).
Não só de um argumento forte se faz um filme desta envergadura, a reinvenção por completo daquilo que o homem morcego é, foi meio caminho andado para um filme melhorado. Um filme extenso, cuja monotonia espreita aqui e além, mas rapidamente é substituída por uma nova volta na trama. Há, ainda, uma das melhores cenas de perseguição do ano (Wanted terá que me desculpar). Há a entrega total dos actores às suas personagens. “Why so serious?!” ficará gravado na minha memória, associado à melhor interpretação do ano.
Sendo Iron Man um filme fortíssimo, é um filme de Super herói, TDK assume-se como anti-herói, assume-se como um filme de super vilões.
A pergunta que fica é, será que toda a glória que estamos a atribuir à interpretação de Legder se deve ao facto de ser post mortem? Ou, de facto, Heath conseguiu uma das melhores interpretações de sempre? A verdade é que depois de The Dark Knight, já ninguém se lembra de Cloverfield, de Indiana Jones, de Iron Man.
.: 4,5/5 :.
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