quinta-feira, janeiro 29, 2009

The Curious Case of Benjamin Button

David Fincher, o génio por trás de Fight Club e Panic Room, certo dia encontrou-se com Eric Roth (a mente brilhante por trás do argumento de Munich), e sentaram-se os dois à beira do mar, e leram a short story de F. Scott Fitzgerald que foi inicialmente compilado no livro The Curious Case of Benjamin Button and Other Jazz Age Stories.

Também eu já me sentei e li o livro, e depois fui até ao cinema ver o filme. Primeiro devo dizer que a história de Fitzgerald é engenhosa, e bastante engenhosa, mas está muito, muito resumida. É aí que se tem que louvar o trabalho de Roth. Pegou numa história e reinventou-a sem lhe negar a essência. E o único ponto que se mantém é o rejuvenescimento da personagem.

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Benjamin é um indivíduo que envelhece ao contrário. Rejuvenesce. Nasce com os problemas de um idoso de 80 anos, e morre como um recém-nascido. Absurdo? Sim, mas aventuroso, amável, e fabulosamente engendrado. É abandonado pelo pai destroçado, nas escadas de um lar de idosos, onde vem a crescer educado por uma empregada do lar, e dotada de um carisma extremo (palmas para a actriz Taraji P. Henson, cuja interpretação lhe valeu a nomeação para um Oscar), e onde aprende tudo que lhe possa vir a ser útil para os dias que passará no alto mar, na guerra, mulheres, e tocar piano. Ano após ano, Benjamin vê a “decadência” daqueles que o rodeiam, enquanto as suas rugas e cabelos brancos desaparecem.

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Claro que sem o elemento “amor”, a história seria aborrecida, mas a dupla Brad Pitt e Cate Blanchett enchem o ecrã. Décadas de encontros e desencontros que finalmente resultam num encontro a meio, onde já não precisam de esconder a ligação que os une desde que se conheceram no lar. Mas claro está, que uma história como esta, acaba, como já antecipávamos, já sabíamos que não iria ter um final feliz. Mas a forma como esse mesmo final foi escrito, como foi interpretado e como foi filmado, valeu cada cêntimo que se paga pelo bilhete, valeu cada minuto daquelas, quase, três horas de duração do filme. Cenários que oscilam entre Lousiana, Paris e New York, The Curious Case of Benjamin Button, tem um poder cénico que há muito já não presenciava. Já para não falar dos efeitos especiais que conferiram a Brad Pitt o aspecto de uma criança de 80 anos, sem que déssemos por eles.

É longo, mas não é cansativo. Somos avassalados por um filme fantástico. Por um filme detentor de um carisma e por uma mensagem forte, em que é tão evidente que o importante é viver o dia-a-dia, saber ponderar e saber optar pelo momento certo.
Ainda sem ter visto os outros filmes nomeados para os Oscars deste ano, mas conhecendo realizadores e guionistas dos restantes, devo dizer que a corrida será bastante feroz, mas The Curious Case of Benjamin Button tem o meu voto até mais ver.


.:4,5/5:.

2 comentários:

Unknown disse...

Antes de mais peço desculpa pela ausência de comments :) Projecto e tá tudo dito... LOL

Bem, fui ontem ver o filme e adorei... não é nada maçador, e não concordo com quem diz que é muito grande. Só houve uma coisinha muito pequenina que não gostei: O "salto" de gajo que aparenta ter uns 29 para um que parece ter 12 ou 13... foi um salto muito grande mesmo! Mas de resto Fantástico...

Silvia disse...

Sim... Projecto... Medo! :p

Pois, mas evitar esse salto era mais 30min de filme!