quarta-feira, dezembro 27, 2006

Flushed Away

Aconselho, e continuarei a aconselhar a toda a gente que queira ver um filme com espírito, graça, e aventura á mistura num género leve levezinho.
Como diriam os ingleses: "It's witty!".
Consegue nos manter sentados sem bocejar até ao fim sem sequer nos apercebermos que estamos a assistir a um suposto filme de criança.

Roddy é um rato que vive num apartamento luxuoso numa das zonas luxuosas, á superfície, de Londres. Habituado a ter tudo do bom e do melhor até ao dia em que os donos vão de férias e ele fica a tomar conta do apartamento sozinho. Tudo muito bem até que a meio da primeira noite é "assaltado" por algo que sai do cano do lava louça. Esse algo é nada mais nada menos que Sid um rato de esgoto que veio para ficar. Não vendo outro jeito de manter a casa em pé, e habitável, Roddy é obrigado a ver-se livre de Sid. E como é que ele faz isso? Ora mandando o rato de esgoto de volta por onde veio: descarregando o autoclismo. Mal sabe Roddy que Sid é mais inteligente do que parece e é Roddy que acaba no esgoto londrino. Às voltas pelos canos, Roddy encontra uma "cidade" subterrânea. Uma Londres em ponto pequeno com direito a Big Ben e tudo e tudo feito de materiais recicláveis. Aí Roddy começa a dar valor á família que nunca teve quando conhece Rita, uma roedora nada fácil de roer. Rita anda fugida da "máfia" da cidade comandada por um sapo (ou rã? nunca sei a diferença) – The Toad, um sapo com a mania que é megalómano. Ruddy e Rita depois partem a bordo do Jammy Dodger numa viagem para levar Ruddy de volta a casa enquanto isso são perseguidos por Le Frog e os seus sapos (ou rãs) ninja. E mais não conto.

Posso dizer que o filme não aborrece, não tem a mania da moral da história. Serve para divertir e mais nada!! E mais não se pede, porque os estúdios da Aardman a nível de caracterização com o toque computorizado da Dream Works já nos habituaram a filmes fantásticos, com produções maravilhosas.

David Bowers e Sam Fell, os realizadores já desenvolveram filmes como Shark Tale e o mítico Who Framed Roger Rabbit (quem é que não se lembra da Jessica Rabbit??), e neste filme fizeram um trabalho magnífico. A cidade sendo completamente feita de materiais reciclados precisou de um trabalho e de uma imaginação a que eu tiro o chapéu. Não consigo dizer um ponto mau deste filme... Sinceramente não me ocorre nada!

Uma coisa de que sou completamente contra: AS DOBRAGENS!!! E agora vocês dizem "foste ver um filme para crianças, do que estavas á espera?!". Eu não sou contra as dobragens no sentido de que não deviam existir, mas porque não haver a opção? Eu não tive a opção de escolher entre a VO (Versão Original) ou a VP (Versão Portuguesas). Vi a VP e calei. Não é que as dobragens sejam mal feitas, mas muito do protagonismo dos filmes de animação hoje em dia vem acoplada aos actores que fazem as vozes. A VO deste filme contava com as vozes de Hugh Jackman, Kate Winslet, Ian McKellen, Jean Reno e Bill Nighy entre outros. E acredito que dê um gozo tremendo ouvi-los a fazer de ratos e sapos (ou rãs). Por cá tivemos direito ao Nuno Markl e peço desculpa por não saber o nome de mais ninguém. Mas reparem que só sei que Nuno Markl figurou na dobragem porque o li algures, porque ao contrário da VO em que as vozes dos actores são conhecidas á primeira sílaba (porque os actores são importantes!), por cá as vozes foram forçadas a vozes de ratos e sapos (ou rãs) completamente irreconhecíveis, por pouco tornavam-se onomatopeias e ficava o assunto arrumado! Sem querer injuriar o trabalho dos actores que por cá fizeram as dobragens, mas de quem foi a ideia? Porque é que ninguém quer que se reconheça a voz de X na personagem?

Bem de qualquer das formas é o filme perfeito para uma tarde, sim uma tarde em que o miúdo da cadeira ao lado quer saber porque é que a casa da Rita oscila!


..::4/5::..

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