quarta-feira, janeiro 03, 2007

Scoop


Woody Allen o mestre clarinetista que nos deixou habituados a, pelo menos, uma obra-prima por ano tem nos deixado fascinados, e ávidos de mais. Senhor que não tem que prestar contas a ninguém por aquilo que faz, em 2005 deixou-nos uma obra-prima que foi Match Point. Frio e acolhedor ao mesmo tempo, uma verdade calculista passado numa cidade com o enquadramento perfeito para a questão – Londres. Realizador que jurou nunca deixa a sua Manhattan em New York rendeu-se a Londres. O seu segundo filme realizado em terras de sua majestade foi Scoop.

Uma série de crimes, um suspeito charmoso, um jornalista fantasma, uma jornalista universitária, um mágico de segunda. Parece mais o elenco de uma qualquer história que nunca chegaria aos cinemas, mas a verdade é que Woody conseguiu que o filme se tornasse funcional e tresloucado ao mesmo tempo. Ou seja ninguém acaba de ver o filme e se sente aborrecido! Muito pelo contrário.
A comparação com Match Point torna-se quase inevitável, mas nada têm em comum a não ser o cenário de fundo e Scarlett Johansson.

Scarlett Johansson é a jornalista universitária – Sondra Pransky – que se vê no palco e dentro caixa do ilusionista Sid Waterman (Woody Allen), um mágico sem sucesso. Dentro dessa mesma caixa aparece Joe Strombel (Ian McShane) em busca de uma jornalista que desvende o caso do assassino em série, o Tarot Card Killer, como os jornais o chama, que anda pelas noites da cidade a matar mulheres. Mais tarde Sondra vem a envolver-se como principal suspeito de Strombel, um jovem aristocrata – Peter Lyman (Hugh Jackman) – e vê a sua investigação a ficar em segundo plano.
Mas como não podia deixar de ser a dupla Pransky/Waterman aliada resulta numa série de gargalhadas, e ver Woody e Scarlett juntos é simplesmente adorável, são completamente funcionais.

Confesso que acabei de ver o DVD (sim porque a estreia Portugal só a 18 de Janeiro se a distribuidora não voltar a adiar, ainda bem que existe a Amazon) e ainda não tinha ideia se tinha gostado completamente ou se tinha só achado piada. Este filme, ao contrário de Match Point não tem os cenários luxuosos, a trama elaboradíssima nem um elenco de luxo, mas conseguiu surpreender pela positiva.
Ver Scarlett como desastrada, insegura e semi tímida num filme só é bem diferente da femme fatal que foi em Match Point e em outros filme, foi uma personagem simples e honesta. Jackman também teve uma prestção graciosa, mas não inteiramente brilhante.

Seguramente faltou algo neste filme, ou então ainda não passou a ideia de que Match Point foi dos filmes melhores de Woody e não nos contentamos com nada inferior.


"I love you, really. With all due respect, you're a beautiful person. You're a credit to your race."

..::3.5/5::..

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