segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Hannibal Rising


Então e onde está o Sir Antony Hopkins quando precisamos dele?

Não vou dizer que não fui ver o filme com uma certa expectativa. Expectante que Gaspard Ulliel seria o Hannibal Lector que nos faria dizer em alta voz "epa, este "gajo" teve brilhante!" Pois bem não foi bem isso que aconteceu.

Vamos lá ver as coisas como elas são: Hannibal Rising é uma prequela de uma saga que pode ter infindáveis sequelas, o que quiserem. Mas não vamos é esquecer que apesar de o filme ter saído de um livro, e podermos fazer quantos filmes houver enquanto ainda houver livros, que a genialidade da saga se deve não só aos livros, como também aos grandes actores que levaram o filme para as telas.
Em 1991 Anthony Hopkins, já um actor consagrado, ganhou um merecido Oscar de melhor actor, pelo papel de um senhor com um gosto peculiar com a personagem Dr. Hannibal Lecter no filme The Silence of the Lambs, contracenou com Jodie Foster. E atrevo-me a dizer que foi das melhores personagens que ele já teve o prazer de fazer. Depois seguiu-se Hannibal e mais recentemente Red Dragon.
Todos estes filmes tiveram notoriedade não só pelas interpretações, tanto de Hopkins, como de Jodie Foster, de Julianne Moore ou ainda de Edward Norton, mas pela interacção que a narrativa lhes permitia ter uns com os outros. Já para não falar dos realizadores.
Jonathan Demme realizou The Silence of the Lambs, e o filme recebeu 5 Oscars, outros 34 prémios e ainda outras 26 nomeações. Um claro vencedor.
Ridley Scott esteve ao comando de Hannibal, 5 prémios em 13 nomeações. Outro claro vencedor.
Brett Ratner liderou as filmagens de Red Dragon, 3 prémio e 7 nomeações.

Peter Webber realiza Hannibal Rising e só se o legado de Hannibal perseverar é que vai vencer algum prémio, porque ao contrário dos outros três filmes, este não foi tão bom quanto de esperava.

Um dos pontos fortes da saga é o argumento que permitia uma interacção de Hannibal com as suas "presas". Os longos diálogos que Lecter mantinha com Clarice Starling são que o tornavam num filme único, num argumento único.
Em Hannibal Rising não temos um argumento consistente. Temos um Lecter em busca de vingança depois de ter perdido a sua irmã, a única família que lhe restou depois da segunda guerra mundial, de uma forma desconcertante. Temos Gaspard Ulliel muito verdinho para um papel que acarreta muita responsabilidade. O Lecter que nos tinha sido dado a conhecer nos filmes anteriores não era um homem definido desta forma. Era um homem tocado pelo bom gosto, pela educação, por uma forma muito elegante e peculiar de fazer as coisas. (Se bem que comer pessoas não seja a minha definição para elegante)

Sinceramente acho que só gostei do filme por ser da saga, lá está o legado a vir ao de cima. Não julgo que a culpa seja inteiramente do actor, mas sim de um argumento onde os diálogos foram postos de lado para dar lugar á acção.


..::3/5::..

3 comentários:

Demian disse...

Ora, mais uma vez não concordo com a menina!
Achei brilhante a interpretação do jovem actor, Ulliel, num papel extremamente difícil. É óbvio que toda a gente esperava MUUUITO deste filme, mas não podes comparar dessa forma Ulliel a Hopkins, são galáxias completamente distintas. Achei o filme bastante bom, dar-lhe-ia um 8 numa escala de 0 a 10. Não me desiludiu, já sabia com o que contar.
Mas de todo o teu comentário, a parte com que menos concordo é esta: "O Lecter que nos tinha sido dado a conhecer nos filmes anteriores não era um homem definido desta forma. Era um homem tocado pelo bom gosto, pela educação, por uma forma muito elegante e peculiar de fazer as coisas". Isto dito desta forma, dá a ideia que o filme é uma sequela, e não uma prequela da saga Hannibal!!! Aquilo que vês é a fase primária da evolução de um monstro, e está excelente, este Hannibal jovem pode perfeitamente evoluir para aquele que já bem conhecíamos antes. Deixa em aberto, na minha opinião, pelo menos mais um filme que faça a ligação entre este e os restantes. Ainda está muito para definir, nomeadamente, a evolução para um canibal "a sério" (visto que neste início ele apenas comeu os indivíduos que por sua vez haviam comido a irmã, num acto de vingança, não deixando muito claro se realmente dali existiria a tal evolução para o canibal "descontrolado" que Hopkins interpretou)...

Silvia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Silvia disse...

Eu tava com um certo receio que essa frase desse origem a essa ideia, não era de todo a ideia que eu queria passar.
Mas continuo a achar que saí da sala e que me faltava qualquer coisa!