Shortbus

Pelo Indie Lisboa passou um filme que conta as histórias da vida de um grupo de pessoas que de uma forma ou de outra não se encaixam na sociedade de New York no pós 11 de Setembro.

Shortbus é o local que essas pessoas arranjaram para se poderem reunir, e de uma certa forma viver esse "desenquadramento" enquadrados num grupo, num sítio que por ele só é disfuncional. A política, arte, música e o prazer se misturam tal é o cocktail de identidades que por aqueles corredores circulam. Onde casais hetero e homossexuais encontram respostas nas vivências uns dos outros. Como por exemplo Sofia (Sook-Yin Lee), uma terapeuta sexual que só reconheceu o seu próprio problema ao ter contacto com um casal, James e Jamie (Paul Dawson e PJ DeBoy, respectivamente), homossexuais que viviam sobre a dúvida de eles próprios numa depressão em conjunto.

É no Shortbus, cujo anfitrião é o não menos peculiar Justin Bond (o próprio), que cada um encontra a solução, Sofia para o problema dela, Severin (Lindsay Beamish) a dominadora de Polaroid sempre em riste, o dela, entre um número de outras personagens que ainda não sabem bem que lugar ocupar numa sociedade tão negligente, tão abstraída de tudo, tudo disfuncional que se torna a cada dia que passa o mundo das cidades.

Numa filmografia de se tirar o chapéu, Shortbus é nos trazido por John Cameron Mitchell. No Independent Spirit Awards venceu como Melhores Produtores, mas também não saiu de mãos a abanar dos festivais internacionais de Zurich, Atenas (Melhor Filme Dramático, prémio atribuído pelo reconhecimento do público) e Gijón (Direcção Artistica e Melhor Argumento).

Um filme diferente, como todos os indie o são, mas interessante e suficientemente bom e de argumento de tal forma consistente que serve nesta altura para nos abstrair da parafernália de blockbusters que estão a chegar. O filme tm data de estreia (depois da exibição no Indie Lisboa) neste mês de Maio.


..:4/5:..