Com um mês de atraso, e por isso peço desculpa desde já, chega finalmente o post com o vencedor da votação do Melhor Filme de Spielberg. A votação foi renhida (nem parece nada viciada, pelo menos quero pensar assim), e o vencedor foi Munich. Para mim um justo vencedor seria Schindler's List (é sem dúvida dos melhores filmes com que eu já tive o prazer de brindar os meus olhos). Mas o filme vitorioso não foi menos merecedor, consegue ser tão ou mais comovedor, mas visto por um prisma diferente. Sim, porque Schindler's List e Munich são filmes que chocam, são filmes que nos avassalam quando nos apanham desprevenidos, e temos uma certa dificuldade em voltar a levantar e encarar as coisas da mesma forma como se nunca os tivéssemos visto. Em Schindler's List o holocausto da Segunda Guerra Mundial é nos dado a conhecer de uma forma crua, onde a única cor que é realçada num filme a preto e branco é o vermelho que tanto significado tem. Em Munich é nos dado uma realidade com que ainda temos que lidar, possivelmente uma das causas para se estar a viver o que vivemos hoje, e todo ou pelo menos uma parte significativa do conflito no médio Oriente. Dei a oportunidade a um leitor de escrever um pequeno comentário sobre o filme, e o escolhido coincidiu com o filme vencedor, desta forma, as palavras que a seguir cito são do leitor Afonso Águas:
"Um filme que não foi longo o suficiente para retratar uma tragédia, um filme que poderia ter ganho o Oscar e não ganhou, um filme de um dos melhores realizadores de sempre, um filme que guardo na prateleira ao lado de The Godfather e de Casablanca. Não é só desta forma que relembro Munich, relembro Munich pela forma como foi interpretado por Eric Bana e Daniel Craig, pela banda sonora que representa uma parte valiosíssima no desenrolar da acção (bando sonora das poucas que tenho originais e que aconselho a toda a gente), relembro Munich porque não é um típico guião saído da máquina de Hollywood, relembro Munich porque todos nos devemos lembrar, porque no fundo ainda são filmes destes que nos abrem os olhos para o mundo imperfeito em que vivemos, relembro Munich porque é dos poucos filmes que vejo e que tenho que rever, uma, duas, três, quantas vezes forem precisas para me ajudar a compreender a condição humana. Porque é isso que Munich explora, a condição humana completamente animalesca nesta lei da selva do "matar para não ser morto" em que se vive hoje em dia para se sobreviver. Não aprendemos nada, e é isso que torna Munich um claro vencedor do Melhor Filme de Spielberg, o Homem não aprende com os erros neste mundo de escolhas."Obrigado a todos que enviaram comentários, participem já no próximo "O Melhor Qualquer Coisa" que volta nos próximos dias com o Melhor Álbum de alguém...
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