domingo, dezembro 02, 2007

Uma desilusão...

Se há coisa que eu não gosto é de perder tempo em exposições desinteressantes, daí que tente fazer um estudo mais cuidado daquilo que vou ver (até porque isto da cultura é caro).

Vai daí, este fim-de-semana aproveitei para ir ver a exposição sobre Leonardo da Vinci, mais propriamente sobre a obra dele. Tendo eu uma curiosidade especial sobre o senhor, decidi então pagar os 6€ para ver a exposição no Palácio de Cristal, sem muito mais ler sobre o que iria ver.

Pois bem, consigo me lembrar de muitas formas melhores para gastar os 6€. Passo a explicar:

A exposição que tem como finalidade informar as pessoas sobre o génio que foi Leonardo da Vinci, e aquilo que ele nos deixou, acabou por se traduzir em painéis colados nas paredes a descrever as obras e paredes forradas com telas com outras informações sobre Da Vinci. All in all a exposição não era atractiva, e muito menos interactiva.

A maioria das invenções mecânicas que estão presentes na exposição não se podem tocadas (sim, até aí tudo bem) e as que se podem, é um pouco feito sem saber porquê porque os painéis não são muito explícitos nesse sentido; quem não tiver o mínimo de conceitos físicos, quem não conhecer minimamente a obra não consegue perceber o que tem à frente. Depois passamos á parte da exposição que mais me chocou, no sentido da desilusão. A parte dos desenhos de anatomia, que tanto espantam as pessoas, não passa de imagens digitalizadas e impressas numa escala desmesurada e ali penduradas na parede. A sensação com que se fica é que o que interessa é encher a parede, e assim fizeram. Não conseguiram sequer manter a realidade dos desenhos mantendo-os em tamanho real. Já para não falar que eram "cópias"! Se mantivessem a escala e incluíssem mais desenhos (cópias por cópias pelo menos exponham mais quantidade) teriam feito bem melhor. Não acabando por aqui chegamos á parte da pintura. Mas uma vez somos apresentados a cópias que pelos visto nem respeitam os originais no que toca à cor das telas. A única situação em que se compreende que não estivesse ali um original é a do fresco da Última Ceia.

Na minha ignorância, julgava eu, que a exposição tivesse sido avançada por portugueses, mas pelo que já li, já passou pelos EUA, pelo Brasil e pela Rússia, e é oriunda da Itália.

Talvez não tido lido com atenção informação sobre a exposição, tenha ajudado a achar aquilo tudo despropositado, talvez o facto da parte mecânica estar em maior escala que a da pintura e dos desenhos também. Mas a verdade é que isto poderia tudo ter sido mais interessante com um guia a explicar as máquinas, a dar uma visão geral sobre o que ali havia, até porque os únicos vídeos que havia era a explicar o Homem de Vitruvio (e o que aparecia escrito aparecia exactamente ao lado num dos famosos placards) e a explicação a Última Ceia. De resto os visitantes têm que ler, e tentar compreender o que têm á frente.
Possivelmente a exposição terá um interesse maior a quem seja da área da mecânica e física pois podem contemplar ali as obras em tamanho real (e outras nem por isso).
Até podem no fim pousar para a fotografia (mais 3€), aviso desde já que é proíbido o uso de máquinas fotgráficas no interior (e mais uma série de proibições algo despropositadas) e ainda passar pelo gift Shop onde têm nada à venda.

Pois, como podem ver não foi uma das melhores formas de empregar 6€. A exposição está no Porto até 27 de Janeiro.

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