Atonemente chegou com promessas de Oscars e globos de ouro. O globo de ouro já foi conquistado, o Oscar a ver vamos.
Vamos por partes (quando começarem a achar que já estou a escrever demasiado continuem a ler até ao fim se faz favor).
A banda sonora: Fantástica! Daí se explica, e muito bem, a nomeação para o Oscar. Devo dizer que última banda sonora me fez arrepiar tanto foi a de The Fountain. Para melhor apreciarem a banda sonora aconselho a ver o filme uma segunda vez.
A cenografia: Wow... Se algum dia quiserem ver um épico a sério, vejam este. A chegada da personagem de James McAvoy à praia francesa de Dunquerque é estrondosa... Assim como qualquer cenário do filme, pensado ao pormenor e tão bem executado... Uma lufada de ar fresco com tons pastel tão claros que fazem com pareça tudo desvanecido e um sonho.
A realização: Aqui sim, uma falha dos senhores da academia que deixaram passar a nomeação para o realizador britânico Joe Wright (realizador também de Pride & Prejudice). A realização do filme ficou soberba. A obra de Ian McEwan foi tão fielmente retratada que não se compreende a não nomeação.
As interpretações: Se nos Globos de Ouro levaram tudo, nos Oscars só a nomeação para Saoirse Ronan se revelou. A pequena que dá vida à personagem de Briony Tallis fez um trabalho notável. Se no ano passado nos surpreendemos com a pequena Abigail em Little Miss Sunshine, Ronan não ficou nada atrás. Keira Knightly e James McAvoy valem pelo que valem, pena que as nomeações dos Oscars não tenham mostrado isso. Mas não deixam de ser interpretações de luxo, com Keira a atirar para trás das costas a eterna Elizabeth dos Piratas.
A história: Cecilia Tallis (Keira) e Robbie Turner (McAvoy) carregam às costas um fardo de um amor tão grande que me atrevo mesmo a chamá-lo de fardo. O amor que os persegui a vida inteira e que lhes foi negado acabou por se tornar numa maldição e numa vida, curta, de sofrimento. Tudo por causa de uma mentira, de uma carta que nunca deveria ter chegado às mãos erradas, e a "inocência" de uma criança ferida que não viu o que lhe pareceu ter visto, e não compreendeu o que na realidade viu. Não podem dizer que é mais uma história como qualquer outro romance. Porque Atonement não o é. A carga literária, as sequências, os diálogos, tudo isto resulta num dos melhores filmes do ano.
Por o considerar uma das melhores produções hollywodianas dos últimos tempos lhe dou a cotação máxima. Pouco são os filmes que me deixam com vontade de ler o livro para ver se não perdi um único minuto de filme, e este foi um deles.
..:5/5:..
1 comentário:
Já que tanto insististe, aqui fica a minha opinião.
As expectativas eram elevadíssimas, e quando era assim raramente fico satisfeito (Ratatouille, SAW IV são bons exemplos deste "azar").
Espero sinceramente não me estar a
transformar num daqueles críticos (amadores!) que pegam por tudo e por nada, e no fim nada lhes serve... Mas a verdade é que fiquei muito pouco convencido com este "Expiação".
Soberbamente interpretado pelos jovens actores, e dotado de cenários fantásticos e de uma banda sonora de cortar a respiração (de princípio a fim, literalmente) - são os pontos de interesse principais do filme.
De resto... quase nada, a meu ver. A história é mais que batida: jovem burguesa, inteligência acima da média, incompreendida, que se apaixona por alguém mais velho que jamais pode ter, aproveita mais tarde uma sucessão de mal-entendidos para matar dois coelhos de uma cajadada: ao mesmo tempo que se vinga do homem, castiga a própria irmã que lho havia "roubado", refugiando-se então na sua pseudo-inocência para se livrar da assunção da verdade que permitiria ao pobre jovem livrar-se do castigo que, mais tarde, viria a custar-lhe a vida, em plena segunda guerra mundial.
É resumidamente isto que se passa, nas cerca de duas horas que o filme dura. Pelo meio, alguns moralismos e piscares de olho a assuntos delicados da sociedade, para americano ver. O costume.
Overall: 6.2 em 10
Não é culpa minha se estou a ser demasiado duro ou simplista. Fizeram-me assim, o que se há-de fazer? ;)
Cumprimentos!
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