sábado, maio 19, 2007
The Fountain, o que não foi dito
Eu não consegui expressar aquilo que o filme me fez sentir. Não dá. A minha ineficácia com as palavras é traduzida de uma forma soberba no filme com símbolos. Não fui capaz de me expressar, mas aquilo que cada imagem nos faz sentir, aquilo que as imagens passam vai muito além do que alguém possa vir a traduzir por palavras, e que o realizador nos fez passar por imagens, o que o argumentista nos deu a entender com diálogos tão estranhamente simples que se tornar estranhamente complicados e eficazes, aquilo que Jackman passou de uma forma soberba com a sua interpretação de um homem que faz tudo para manter a mulher que ama, Rachel Weisz, viva. O que um Ser passa por saber que a sua própria sobrevivência depende de conseguirmos manter a pessoa de quem dependemos perto de nós para sempre, a pessoa que nós queremos que viva para sempre, e para sempre ao nosso lado. Por que é a esse Ser que devemos as nossas alegrias e é com esse Ser que contamos, por passamos de deixar de ser dois, e passamos, inevitavelmente, a sermos um. Não nos é servido um filme em que o sentimento salta à vista, é nos dado uma obra em que temos que nos abstrair de tudo e olhar de fora, muito de longe que nunca é longe o suficiente para não sermos afectados, para a sobriedade do filme não nos afectar. Porque é-se tocado, de uma forma como só os autores mais brilhantes conseguem fazer sentir os seus leitores, de uma forma como um pintor mais dedicado consegue fazer sentir o público para quem pinta, de uma forma como a natureza nos faz sentir com os seus espectáculos mais belos como o desabrochar de uma flor. É impossível acabar de ver este filme e se ficar indiferente. E ainda só li uma review que realmente desse a entender aquilo que alguém sente depois de ver a obra de Darren Aronofsky. Foi a review escrita por Francisco Mendes (FM) no seu blog que nos dá sempre textos tão soberbos que nos deixa sempre entranhados em qualquer coisa que escreva. Para lerem o que FM experimenta (no fundo é aquilo que muitos sentem, mas ninguém o descreve de uma forma tão bela como ele) com o The Fountain visitem o seu blog, www.pasmosfiltrados.blogspot.com.
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